porfirio alves pires

20100228

PINTURA - 1956 - 2010

Anotação preleminar - Esta página começa no dia de hoje, no entanto, enquanto percurso, pode ser vista do fim para o princípio. 


Cada marcação cronológica refere-se a uma das fase que é desenvolvida  nas hiperligações  em fim de página:
. a paisagem do ninguém contendo seis vídeos e a entrevista ao "Cartaz das Artes", na   TVI; 
. os anos 00 e os anos 10 referentes a 2006 - 2011; 
. as décadas que dizem respeito ao tempo vai entre  1956 e 2006, sendo que para Os Anos 50 ter-se-à que abrir mensagens antigas no fim da página de as décadas.



Os ANOS 10
2010

  Nos anos 10, a história começou por desenhos, sempre os desenhos na medida em que constituem um processo analítico da figuração. Também o Homem, sempre ele, escamoteado como de costume(!). Porquê? Porque as evidências impedem a comunicação, anulam as ambiguidades e dizem o que têm a dizer, sem mais. Empobrecem o discurso. Então, situação de compromisso: O Homem Apagado.
 











Cartaz da exposição na Galeria Vieira Portuense

20091121



MONTIJO - 2008 - 2009


A Ruptura do Improvável. O improvável é frágil quando acontece!
Tem de se ter muito cuidado!
E se, olhando atentamente, a realidade desliza, patenteando o inexistente, então que sirva para do improvável se fazer o maior elogio na figuração que se concretiza.
É esta a finalidade expressa: elogiar o inexistente no quotidiano das coisas, admitindo  que as fracturas podem remeter para uma formalização abstractizante.
É ténue o limiar entre a realidade e a abstracção ou melhor dizendo: ambos são referentes de um mesmo contínuo. Então, para além das referências de enquadramento histórico, quadro conceptual e  modos de fazer, que caiba aqui o elogio da ruptura do improvável.

2007 - 2008


A Paisagem do ninguém.  Fotografias de montagens que juntam recortes, outras fotogafias e um sem número de objectos. Processo de formação de ideogramas que permite divagar pelas áreas das imagens fabricadas sem direcção determinada embora, subjacente, tenha um fio condutor para cada capítulo.  A Paisagem do ninguém será reagrupada em seis vídeos, já em 2010: Entre o Ali e o Acolá; A Ordem dos Maiores; A Ordem dos Menores; A Ordem das Coisas; A Ordem do Silêncio; A Ordem do Sem-Sentido.

20091119

                         

2004 - 2006 
Na sociedade atomizada, nos grupos sociais rarefeitos, vislumbram-se mal as feições do "eu" de cada um. Então, dos retratos que se tiram, sublinham-se sinais exteriores que procuram indiciar quem os suporta e quem por ele é definido.Trata-se de a partir da justeza da linha, da eficácia do modelado, da congruência do claro-escuro, do acordo de tons, da justeza cromática, gerar a similitude do retrato com eles (os retratados) que, manifestamente pretendem ser reconhecíveis. Trata-se de dizer o que são sem nunca dizer quem são. São, meramente, Os Uns e os Outros.

20091118



 Montijo - 1993 - 2000
O retrato das ausências. Preogressivamente definem-se formas, tormam-se mais "verdade" ao mesmo tempo que o campo que suporta a figura se neutraliza e funciona como mero pano de fundo colorido. Os corpos mostram-se por vezes, mas não totalmente.
Toda a carga de intencionalidade é centrada nos desconhecidos que se retratam, o que vai ser claramente assumido, embora,, aproximando o real vislumbrado, subitamente se parte para uma quase abstracção.






1993 - 1996


A complexa história da deformação dos corpos
é  o retorno ao antropomorfismo explícito. As figuras surgem como que esvaziadas, guardando somente a presemça do ausente. É a alteração do invólucro perante o conteúdo ausente e a relação dúbia entre o que se vê e o que é sugerido. Os corpos são trabalhados no sentido da deformação expressiva.


Lisboa - 1983 -  1990
Os gestos da terra no processamento do imaginário falam da existência do gesto que teve lugar, agora petrificado e tornado coisa e declamando uma poética de enaltecimento da estranheza, mas intimista na sua expressão gráfica.
As figuras ignoram o campo, ou seja: situam-se na página branca sem relação com ela, afirmando-se fortemente e introvertendo-se. Fechadas sobre elas mesmas excluem tudo o que as rodeia.
O gesto fica só, sem envolvente, sem passado, sem devir. Está ali petrificado, quase como não sendo já o gesto, mas tão somente o facto de o ter sido.

20091116

Lisboa - 1975 -1983
.Outros afazeres foram imperativos. O trabalho de projecto no bairro da lata é intenso e quando termina inicia-se a teorização dos acontecimentos, a divulgação e debate.

Paris - 1969 - 1974
A quarta dinensão. Maio de 68 tinha passado e o pensamento de Marcuse foi sendo diluido e anulado pelo retomar do dia a dia normalizado.
E a agitação continuava agora (e ainda) nos meios artísticos. Nos efervescentes anos do começo de 70 não poderia ser de outra maneira. Experimenta~se o tridimensional e o cinetismo também, procurando o fascínio do movimento e a estranheza dos resultados

20091115

Paris - 1966 - 1969
Época de todas as pesquisas. O existencialismo
viera da filosofia para a literatura e agora estava no modo de vida, nas roupas e nas atitudes.

 O Mestre André Michel não tem contemplações: quer precisão total na exactidão da representação,  para de seguida exigir a liberdade de expressão total, em breves segundos de trabalho. Há que recomeçar sempre e de cada vez, mas recomeçar um patamar acima,  o   que nem sempre acontece e o que coloca a angústia de fazer sempre melhor

Braga - 1962 - 1965
A sedução da "arte" O Mestre Alberto Campos ensinava a pintar lidos ramos de flores, porque isso lhe pediam, mas pelo atelier também passavam modelos ataviados nos seus fatos domingueiros.
De qualquer modo era o ambiente de atelier, as opiniões do Mestre, as cores e os papeis, o cheiro das tintas, o ambiente artístico.


Montalegre - 1956 - 1960

Nos tempos do aprender a biblioteca itinerante vem todos os meses e com ela os livros e fotos de pintura. E o contacto con o "exterior" fica por aí. A região de Barroso fecha-se em uma agricultura de subsistência, um comércio mínimo e poucos funcionários públicos. Esse outro mundo fascinante, o mundo das formas e das cores, está muito para além das fronteiras de isolamento do planalto barrosão.

... E DISSERAM ...

. sobre "o Homem Apagado"

- Um trabalho maravilhoso de alguém que tendo uma perpectiva diferente da vida, me dá o previlégio de a partilhar.
Tu crias saudades com os trabalhos da tua alma.
Fátima Rodrigues

- Very nice
Dani Pulinck

- Uma sensiblidade incomum que capta a alma de um imaginário singular.
A inominável celebração de um mistério.
Zé La Férya

- Gracias por su trabajo - del que he sido testigo - y muichissima suerte.
Jorge Carrero Arin

- Mis felicitationes por tus trabajos.
Luque Matruqui

. sobre "a ruptura do improvável"

- wow!I very like this!!
Agnès Trachet

-Das altas penedias da Serra do Larouco até Paris, da Cidade Luz até Lisboa, no ensino, na crítica de arte, na pintura e na fotografia, Porfírio Alves Pires é hoje uma referência no campo das artes plásticas.
[ ... ] Todavia a grande cultura de Porfírio Pires é que estará por detrás das suas grandes obras. Porque a arte pela arte aproxima-nos mais do malabarista de circo do que do Messias que deve ser o autor de obras de arte.

Manuel Fernandes de Oliveira

- A discussão filosófica, a incursão dialéctica, tudo parecem meras e efémeras quimeras ante a grandiosidade estética do trabalho. Fabuloso!
Victor Costa

- J' aime ce travail
Chris Verrier


- Belissimo trabalho...sucesso com ele!!!
Celestenuncio Cnuncio

- Parabens, seus trabalhos são incriveis
Sandro Cbsp

- A exposição de Porfírio Alves Pires na Galeria Vieira Portuense foi uma das que muito nos honra!
GaleriaVieira Portuense

. sobre "a paisagem do ninguém" – vídeos

- Do rigor formal Renascentista, da raiz gnóstica e alquímica, do Desenho, o Artista movimenta-se agora para o interior da gramática da Máquina. Ele sabe que não há gnose nesse interior e que o Desenho enquanto manifestação das estruturas invisíveis da Physis, está reduzido a um padrão binário, repetitivo, labiríntico . Ele busca, portanto, a Enantiodromia da sua própria gramática, busca o seu Espelho de Ser Vivo e completa-se.
Bruno Santos

. sobre "a paisagem do ninguém"

- Comme tu le dis si bien : o sem discurso / o em siléncio / o nao sentido.Quand on me demande sur mes "œuvres" : qu'avez-vous voulu faire ou dire ?, je réponds : ça !La perception d'une démarche créative n'est qu'en rapport avec le talent éventuel, non de "l'artiste", mais de celui qui y porte son attention. Et ce qui est éventuellemnt intéressant, c'est l'impression, l'histoire que se raconte celui qui regarde. L'œuvre n'est que "catalyseur", paisagem do ninguém.Je crois comprendre que tu tentes, non d'exprimer (c'est-à-dire ce qui serait de l'ordre du langage, du partage, impossible), mais un "en-deçà" du langage/partage, hors des signes de la Culture et de ses conventions (a ordem dos menores).
Jean-Philipe Delacour

. sobre " os uns e os outros"


- [ ...] não teriam menos a dizer, nem seriam menores testemunhas presentes da vida ausente, do que as insinuantes formas humanas que Porfírio Pires deixa nas suas tela com o rigor e precisão das melhores técnicas da arte de pintar. Agostinho Costa

- Dono de um rigor técnico a toda a prova, observa pessoas anónimas em muitas situações e retrata as suas ausências
João Paulo Sacadura

-Nestas figuras misteriosas a cor reforça o lado clássico da pintura e uma vez mais se cumpre o objectivo de chegar ao lado humano e humanista de cada um.
Filipa Faria

- Um jogo de insinuações resolvido através de meios técnicos duma extrema riqueza em que a matéria do ausente se dá pela representação do não percepcionado.
Álvaro Lobato de Faria

- Figuras que combinam o miticismo e o erótico por movimentos sugeridos.
M. José Afonso

. sobre "os gestos da terra"


- ... o artista montalegrense não transige na austeridade e força das suas criações telúricas.
Manuela de Azevedo

. sobre a "amiba pesquisadora"

- Un corps étranger, crazy, sensuelle! Et lorsque vous touchez il nous pousse avec ses patrons dans un sens de l'érotisme indéfini et illimité.
Charles Caceres


hiperligações em baixo

Contacto: porfirio.pires@gmail.com

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